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Eliane Duque Psicologia

Quando Procurar
Crianças

Não há dúvidas de que a psicoterapia infantil pode ser de grande ajuda no desenvolvimento, no autoconhecimento, na percepção e resolução de eventuais medos, receios, insatisfações e angústias das crianças. Nas sessões de psicoterapia o momento é só delas: é um espaço em que a criança poderá favorecer seu desenvolvimento psíquico, bem como aprender a lidar com os desafios, frustrações e até mesmo dores e mágoas, e transformá-las em algo melhor.

A experiência ganha na psicoterapia é da criança, feita para ela, porém, evidentemente, toda a família se beneficia do processo terapêutico.

Num mundo de pouca entrega afetiva, alguns ambientes familiares tornaram-se mais permissivos, e isto tem afetado diretamente as crianças, pois seus pais, não querendo frustrá-los, preservam-nas dentro de uma redoma de proteção, que acaba tendo efeito contrário ao desejado: tornam-se cada vez mais incapazes de lidar com as frustrações. O preço provavelmente vai ser pago mais tarde, pois crianças sem parâmetros e sem limites têm dificuldade em lidar com o mundo que certamente lhes dirá alguns “nãos”.

A psicoterapia infantil é um caminho para ajudar a criança a lidar com essas questões e torná-la mais capaz de lidar com o processo de amadurecimento pelo qual, inevitavelmente, ela irá passar.

COMO FUNCIONA A PSICOTERAPIA INFANTIL?

A primeira coisa a ser feita é o agendamento de uma conversa franca com os pais, ou responsáveis. Nela o psicoterapeuta reúne as principais informações sobre a vida de seu futuro paciente, e conhece um pouco a dinâmica da família em que a criança está inserida.

Em seguida inicia-se um processo em que o objetivo inicial é estabelecer um vínculo de confiança entre o profissional e o paciente. A criança deve se sentir à vontade, deve ser acolhida e ouvida. O espaço e o momento serão dela e para ela. Para que os conflitos de ordem emocional de uma criança possam ser identificados e tratados, os psicoterapeutas utilizam várias abordagens lúdicas, que envolvem brincadeiras, desenhos, histórias, construções, entre outros, e que variam, evidentemente, de acordo com a idade e fase do paciente.

É por meio dessas brincadeiras que a criança mais facilmente projeta sua forma de ser, apresenta seus medos, conflitos, sentimentos e comportamentos, e a partir deles, enfrenta e supera seus problemas.

Os pais não assistem às sessões, mas a participação deles no processo terapêutico como um todo é essencial, pois somente assim terão conhecimento sobre as adversidades do filho.

A ANSIEDADE DOS PAIS NA PSICOTERAPIA INFANTIL

A psicoterapia infantil envolve não apenas mundo das fantasias e realidades diretamente ligadas à criança, mas também uma avaliação dos “segredos”, hábitos e rotinas das famílias. Esse olhar sobre a vida familiar como um tudo algumas vezes gera ansiedade e insegurança por parte das crianças. Mas é curioso perceber que este desconforto também afeta alguns pais, ao verem que o olhar da psicoterapia infantil se estende sobre questões familiares mais amplas, já que as dificuldades que a criança apresenta podem ter origem justamente nestas questões.

Ela destaca também que deixar o filho aos cuidados de uma “pessoa estranha”, que trabalhará questões obscuras e despercebidas muitas vezes pelos próprios pais, é algo, por si só, amedrontador.

É comum os pais não aceitarem a ideia de que seu filho, em algum momento, possa precisar de um acompanhamento psicológico, assim como muitos não aceitam a própria figura do psicólogo, que ainda sofre o estigma de ser um profissional que cuida de pessoas com problemas mentais.

Alguns pais precisam urgentemente enfrentar a barreira do preconceito e da vergonha que os impedem de procurar um profissional que, com sua experiência, pode ser de grande ajuda para a criança.

A ética profissional é muito clara na preservação de informações sigilosas e pessoais, segredos familiares, e “coisas que nem os próprios pais sabem”, que eventualmente sejam trazidas à tona durante as sessões. O objetivo do psicólogo não é fazer juízo de valor da criança ou da família, mas ajudá-la a viver de forma mais saudável e plena.

SINAIS DE QUE SEU FILHO PODE ESTAR PRECISANDO DE UM PSICÓLOGO

As crianças, diferentemente dos adultos, nem sempre conseguem expressar verbalmente uma dor emocional. Mas há sinais que podem ajudar a detectar que algo não vai bem emocionalmente e que a criança necessita da ajuda de um profissional.

Elas podem ter alterações em seu comportamento e até mesmo sintomas físicos. A psicoterapia infantil tem o objetivo de detectar e trabalhar estas questões – mesmo que elas sejam inconscientes para a criança.

1. QUANDO UM PROBLEMA EMOCIONAL VIRA FÍSICO

Seu filho não se alimenta direito, faz xixi na cama constantemente (após os 5 ou 6 anos), tem problemas intestinais sem origem física, tem dificuldade para dormir, etc.

2. Timidez excessiva

Seu filho tem dificuldade para fazer amigos e precisa fazer um grande esforço para se relacionar. Fora os pais, até mesmo os familiares são desafios para ele. Se relaciona muito pouco com colegas da mesma idade, vizinhos, etc.

3. Distúrbios alimentares

Seu filho come compulsivamente, a maioria das vezes sem fome, fora de hora e repetidas vezes. Fica bravo quando advertido que este não é um hábito saudável. O mesmo ocorre quando seu filho se recusa a se alimentar, quando não come quase nada, quando provoca vômito ou quando tem uma visão distorcida de sua imagem, achando que sempre está acima do peso.

4. Agressividade, Rispidez e Intolerância

Devemos ter muita atenção com crianças que não lidam bem com o “não” e que geram situações de grande desconforto quando não são prontamente atendidas. Nem sempre este é um sinal de distúrbio psicológico, mas atentemos as reações aos “nãos”quando são muito agressivas, chegando até mesmo a agressões físicas, quando as palavras do filho são ríspidas com frequência ou quando ele se mostra demasiadamente intolerante.

5. Dificuldade de aprendizagem

Nem todas as crianças aprendem na mesma velocidade, mas existem alguns indícios de que seu filho tem dificuldades de aprendizagem (dislexia, por exemplo), que pode inclusive gerar desinteresse dele pelo aprendizado de uma forma geral.

6. Agitação e falta de concentração

Quando a criança é muito agitada, faz-se necessário um diagnóstico cuidadoso, que pode apontar, por exemplo, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), que envolve agitação física ou mental, impulsividade e até esquecimentos

Por outro lado, o diagnóstico pode não apontar quando distúrbio deste tipo, e indicar que a criança pode estar querendo chamar a sua atenção ou estar disperso por tristeza, angústia e medos não relacionados à hiperatividade.

7. Manias ou Fobias

Se a criança apresenta manias, tiques ou fobias, rói unha, pisca muito os olhos, se tem contrações involuntárias rápidas e repetitivas de um grupo de músculos, come roupas e objetos, arranca fios de cabelo, provoca pequenos machucados, entre outros, pode ser necessária a avaliação de um profissional de psicologia.

8. Mudanças súbitas de humor

Alterações de humor em crianças podem ser simples consequências da falta de sono, por exemplo, mas podem também ser o indício de que alguma coisa não vai bem.

Se seu filho está constantemente irritado, pessimista, bravo, uma avaliação profissional poderá apontar se o quadro é de insatisfação e infelicidade, ou se a criança pode ser, por exemplo, portadora de Distimia, um distúrbio do humor para o qual existe tratamento.